segunda-feira, 21 de março de 2011

Peleja constante

Parei

Desisti

Cansei de brigar com a alvura da folha de papel
As linhas do caderno, desertas, desafiam-me constantemente...
Encaram com desprezo o vale infértil de minha inspiração
Enquanto digladio-me com idéias que me perseguem,
Mas recusam-se a se transformar em palavras

Elas, por si, nada querem expressar ou comunicar
Não querem sair, ser vistas por ninguém nem dizer nada
Simplesmente, quem se importa?

Eu me importo!

Quero que saiam da minha cabeça e me dêem sossego...
Para isso, nem me incomoda que os versos não produzam harmoniosas rimas

Só preciso que desistam de mim
Que parem de me atormentar a razão
Que me devolvam a paz da aprazível ausência de perturbação
A serenidade que existe em não querer extrair sempre o indizível de cada coisa

Porque o indizível, por definição, é algo que não se diz...

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