sábado, 15 de dezembro de 2012

Contigo


Eu gosto de tê-lo ao meu lado
Poder admirar seu largo sorriso
Beber da sua presença sagaz

Rir contigo de tudo e de nós
Intensamente sorver tais momentos
Eternizarmo-nos no espaço e no tempo
Libertos e livres, à solta e a sós...







domingo, 9 de dezembro de 2012

Sonhei-te


Já sonhava lhe conhecer
Chegou-me assim você
E, mesmo sem perceber,
Toda espera fez valer


sábado, 8 de dezembro de 2012

Mensageiro





Sei que és beija-flor, vive de flor em flor a beijar
Levar mensagens, decerto, não é sua tarefa em particular
Acontece que o amigo pombo-correio não me veio visitar
Então preciso que minha mensagem você possa transportar

Vai e diz ao meu amor que é para não demorar
Que a saudade já começa a meu peito se achegar
Que meu coração já cansa de, em atropelos, saltitar
Que a ausência dos seus beijos já me pôs a suspirar
Que nas ondas do seu corpo quero em breve navegar
Que das areias de minha praia com certeza ele é o mar...

domingo, 4 de novembro de 2012

Simples...




Queria estar ao seu lado sem teu sono perturbar
E apenas através de nossos olhares conversar
Num aperto de mão sentir seu apoio mudo
Em meio ao seu abraço esquecer-me do mundo...


 

domingo, 21 de outubro de 2012

Desejos


Quisera agora na companhia de suas idéias divagar
No aconchego de seus longos abraços me aninhar
Dizer algumas bobagens ao seu ouvido e te fazer sorrir
Definir contigo um destino qualquer e apenas seguir
Então degustaria sua presença como aquele bom vinho rosé
E lhe cobriria com os beijos que tenho guardado pra você



domingo, 9 de setembro de 2012

Sim


Vezes há em que meu ‘sim’ esbarra em seu ‘não’ renitente
Ou é seu ‘sim’ que vai de encontro ao meu ‘talvez’ indolente...
Esse mesmo ‘talvez’ que vira ‘não’ frente a seu apelo insistente,
Sonha em se tornar um ‘sim’, não daqueles que se ouve, mas que se sente...


sábado, 8 de setembro de 2012

Só por hoje...

Ultimamente não me encontro em mim
A alma parece ter trocado de morada
Não deu aviso, não disse quando volta
Deixou-me essa versão de mim que não me agrada

Sinto falta de mim mesma, uma saudade que me corta
Queria encontrar comigo, de manhã, ao abrir a porta
Mas minha alma é deveras delicada para a dureza desses dias
Foi embora, deu adeus e nem ao menos disse se voltaria...

Sobrevivo amarrada às obrigações mundanas que me apressam
Encargos, deveres, sentidos que em nada me interessam
Cumpro esse contra senso, sigo junto aos amigos de manada
Vou em frente alheia a tudo, vivendo em meio ao nada...





domingo, 5 de agosto de 2012

Alegria


Seu sorriso leve permeia meu dia com sua graça
As aflições dissipam-se junto ao vento que passa
Sutilmente sequer resta uma preocupação esparsa
Tal é meu contentamento, que meu semblante mal disfarça...




segunda-feira, 23 de julho de 2012

Tatuagem



Difícil permanecer incólume à sua passagem
Sua presença atingiu-me, a ferro e fogo...
Deixou impressa em mim sua marca
Um selo que, mesmo escondido sob a pele,
É incomodamente visível aos meus olhos

Enxergo ali as mesmas cores que vejo quando,
De olhos fechados, apenas sinto seu toque
E não me importam mais formas ou nuances
Apenas perceber-te ali, ao meu alcance

Pouco interessa que passou
Que apenas passaste por mim
A tatuagem invisível permanece
Ainda mais marcante, suponho...
Recorda-me aquilo que agora parece
Ter sido apenas um tresloucado sonho


quinta-feira, 5 de julho de 2012

Armadilha do tempo



A cada minuto temos uma nova chance.
De começar, retomar, terminar, realizar.
Algo, alguma coisa, situação ou alguém.
Se cada minuto me dá uma nova oportunidade,

Porque será que sigo inerte, sem ação?
O que me impede?
O que, raios, me segura?

Tic-tac faz meu carrasco pendurado na parede
A invisível foice do Tempo me espreita a jugular, diariamente
Até um dia ter a chance de cumprir seu objetivo, factualmente
(Só espero não me atentar à tudo isso muito tardiamente...)




sexta-feira, 29 de junho de 2012

Impermanência


... e essa aflição é de uma urgência que me corrói
Ao passo que me acalento e calma construo
Ressurge o desejo por você e me destrói
Em lágrimas vãs insistentemente me diluo
(E como são profundas as dores que me doem)

A chuva escorre, indiferentemente, pela vidraça
E é como se estivesse a chorar junto comigo
Lamentando essa história dolorida e sem graça
Que ardilosamente me persegue feito castigo
Tento, mas não consigo, encontrar o que desfaça
De minha pobre alma o seu malogrado abrigo

De comiserar a qualquer um que tenha coração
Minhas penas inspiram a mais profunda compaixão
Dou as costas à chuva insistente que lá fora cai
Enxugo o rosto, respiro fundo, sem mais um ‘ai’.

Tic tac

Ao som do relógio passam-se minutos a esmo...
Aqui permaneço, inerte, entregue a mim mesmo.



sexta-feira, 15 de junho de 2012

Minhas guerras




O mal inesperado, insuspeito, chega repentinamente
Feito um tapa na cara, me impacta e atordoa
Por um momento, em meio à guerra, perco o chão...
Mas é só por um rápido instante, que perder não é de minha índole
E ajoelhar-me frente ao insucesso nunca é uma opção

Ergo a cabeça e faço frente ao meu algoz
Resoluta e insolentemente determinada!
Sim, internamente uma lágrima escorre...
(Que os inimigos não precisam saber de minhas dores)
Antes devem temer o gélido fio de minha espada
E minha reputação de aniquiladora das almas infiéis

Desprezo os fracos e os elimino a todos,
Um a um, de meu cruel e pujante exército
A eles relego o meu mais profundo desprezo
De forma alguma merecem pertencer ao meu séquito

Após as agruras da batalha, finalmente se encerra o dia
Nossos corpos cobertos de cansaço e sangue inimigo
Anseiam pelo justo repouso, que as forças já escasseiam
E em meios a corpos sem vida seguimos para casa
Feito o que devia ser feito, apenas desejamos voltar
E mesmo nessa hora, a cada passo, sigo conjecturando
Quantos ainda tramam às minhas costas apunhalar...



quarta-feira, 13 de junho de 2012

Tão evidente e simultaneamente tão inusitada é a vida...


"Precisamos nos lembrar que todas essas coisas (as nuances, as anomalias, as sutilezas às quais presumimos que são apenas acessórios dos nossos dias..) estão aqui, de fato, por uma causa muito mais nobre: estão aqui para salvar nossas vidas."

E, sim, posso sentir que, ao final, vai ficar tudo bem!



domingo, 6 de maio de 2012

Ela


Ela esconde de si mesma
Suas verdades
E, à sua maneira,
Mantém seguro seu mundo

Não se confessa os próprios desejos,
Anseios ou medos
Pois sua crença neles
Os tornaria reais
E em sua vida não cabem
Tais elementos fugazes...

Ela usa uma máscara
Que a veste até durante o sono
Tal o receio de ser descoberta
Em si, em sua identidade...

Desconhecendo-se
Esquiva-se da inconveniente
Transparência que lhe é peculiar
E que revelaria a todos
Sua natureza delicada
Tantas vezes tomada por fragilidade

Ela se esconde dentro de si mesma
Para sustentar a pesada armadura
Que a protege das armadilhas
Escondidas na banalidade habitual e diária
Das quais ela precisa se esquivar
Porque ser forte é a única alternativa válida
E a derrota nunca será uma opção aceitável

Assim, ela segue, só, ao longo de sua jornada...
Escrevendo sua história entremeada de acasos,
Reformulando os planos, firmando o passo 
E admirando a paisagem ao longo do horizonte.





domingo, 22 de abril de 2012

Por isso ela sorria...


E de tanto que ouvia
O som da cotovia
A menina se sorria
E, enquanto pernas havia,
Ela, estabanada, corria
E por mais que se fazia
A cotovia fugia...
E essa graça fugidia
Esbarrava na calmaria
E no sossego daquele dia
“Aquieta menina!”
Sua mãe lhe dizia
Enquanto a pequena se ria
Ria um pouco mais e corria
Ela e sua cotovia...

domingo, 15 de abril de 2012

Sobre a ineficácia do processo da escrita enquanto explanação sobre mim mesma...

O que escrevo é apenas o que escrevo. Só.
Mas o que escrevo nem sempre é tudo o que eu quero dizer, ou, somente o que quero dizer.
Porque seja lá o que eu queira dizer, isso se transforma de acordo com seu entendimento.
E com relação ao seu entendimento, sinceramente me frustra não poder controlá-lo ou orientá-lo...
Da mesma forma, os sons me saem da boca e chegam de outra maneira aos seus ouvidos... Uma eterna incompreendida? É, talvez sim, talvez essa seja eu.
Por mais que eu me esforce em delimitar o significado da mensagem, não posso evitar que o que você entenda seja o produto do que suas referências enxergam no que escrevo. E você interpreta o que eu mal consigo explicar... E quer explicar como se soubesse melhor do que eu...  E você não pode fazer isso, porque essas palavras não são o que eu sou, mas fazem parte do meu todo. Esse todo já é tão bagunçado, não me venha bagunçar a mim, você também.
O texto ainda é sofrível, não por falta de esforço... A poesia é relapsa e sentimentalóide, a sonoridade quando existe, é acidental... A prosa às vezes não sabe à que veio... Aos incautos que por aqui passam, talvez não deva transparecer um propósito. Mas ele existe, juro! Está aí, em algum lugar...
O tempo é o meu e o espaço é ao léu. 
À mercê do seu juízo mudo, continuo escrevendo.
Sei que você lê e me julga. Se isso é bom ou ruim, espero um dia poder descobrir...

sábado, 7 de abril de 2012

Click!

Fora de hora, fora de contexto, de forma absurda,
Numa hora inesperada, às vezes com alguém que
(aparentemente) nada tem a ver com você
Acontece, repentinamente, assim, de súbito,
Um arroubo, um arrebatamento...

E o tempo congela por alguns instantes
E a alma escapa do corpo por alguns segundos
E a leveza é tanta que os pés saem do chão
E a ansiedade é tal que o coração acelera
O êxtase é tamanho que o ar lhe falta...

Tais momentos, em sua maioria breves,
Podem justificar toda sua história pregressa
Mas também trazem consigo a nostalgia
Que pode estragar toda uma existência futura...



terça-feira, 3 de abril de 2012

Perdas e ganhos


Que posso eu fazer com os retalhos dessa história?
Um ‘talvez fosse... ’ que nem sequer chegou a ser
As lembranças fervilham revoltas em minha memória
Preciso, tento, e ao mesmo tempo, não quero esquecer
É o preço que pago pela repentina e inesperada glória 
Que me aprisionou nesse jogo em que só faço perder...





terça-feira, 27 de março de 2012

Quimera

                                                                                "Sonhar é acordar-se para dentro."
                                                                                                             Mario Quintana

Por ti passei
E, de repente,
Nem hesitei
Simplesmente
Me aquietei
Em seu abraço
Me recostei
Minhas lutas
Apaziguei

Num sobressalto

- acordei -

Enfim constato:
Apenas sonhei...



domingo, 4 de março de 2012

Pride



Orgulho: é só sobre o que se trata isso?
A vaidade de não ser o primeiro a dar o braço a torcer...
Presumo que espere que eu vá me render
Sinto decepcioná-lo, mas hoje não pode ser
Voltar atrás, reconsiderar, ceder
São coisas que ainda não aprendi a fazer
Somente ando à frente e enxergo além
Em verdade, avançar é algo que faço bem
E se em algum momento conseguir me alcançar
De igual para igual poderemos dialogar

A dúvida é: conseguirá?

terça-feira, 21 de fevereiro de 2012

Mrs. Fahrenheit


Bora pegar a estrada
É hora de pisar fundo,
Acelerar com gosto
Sorver o ronco do motor...
Sem mais me importar com o que mostra o retrovisor

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Sway me smooth, sway me now...

Sway

When marimba rhythms start to play
Dance with me, make me sway
Like a lazy ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me

Other dancers may be on the floor
Dear, but my eyes will see only you
Only you have that magic technique
When we sway I go weak

I can hear the sounds of violins
Long before it begins
Make me thrill as only you know how
Sway me smooth, sway me now

Other dancers may be on the floor
Dear, but my eyes will see only you
Only you have that magic technique
When we sway I go weak

I can hear the sounds of violins
Long before it begins
Make me thrill as only you know how
Sway me smooth, sway me now

When marimba rhythms start to play
Dance with me, make me sway
Like a lazy ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me

When marimba start to play
Hold me close, make sway
Like a ocean hugs the shore
Hold me close, sway me more

Like a flower bending in the breeze
Bend with me, sway with ease
When we dance you have a way with me
Stay with me, sway with me



Ah, inspiração...

Se some és vilã, se aparece, és carrasca...
Tanta coisa urgente, material e prática a ser feita... O cotidiano urge, os afazeres se acumulam, minha vida jaz misturada, espalhada pelos cantos do quarto, num desarranjo que em alguma medida reflete o estado das idéias dentro da minha cabeça.
Meu nome é confusão e me acho em meio ao caos. Não, Caos, com maiúscula, que dá a devida gravidade ao assunto. Tudo se arranja aleatoriamente à minha volta e, sinceramente, não pareço me importar muito... A parte de mim que se importa é extremamente impotente frente à outra parte que, francamente, não está nem aí. E nem aqui também.
Prefiro é me refestelar confortavelmente no sofá, frente ao computador, e abrir infinitos arquivos em branco, até que D. Inspiração se faça presente. Ela é caprichosa, e só aparece mesmo quando quer. Às vezes a caço, rifle em punho, e nada... Em outros momentos, tento pescá-la com alguma isca atraente, e ela quase aparece... Então, quando estou despreocupadamente alheia à sua possível presença, eis que surge. Assim, de supetão! Pá! E D. Inspiração aparece do nada, vem com tudo, e não está prosa. Mentira, às vezes está prosa sim, mas tem vezes também que está poesia... Até prefiro, mas poesia é um requinte que não é pra qualquer um. Recolho-me às rimas insignificantes, muitas vezes pobres e sempre sem métrica, que são as possíveis no momento. Isso explica a falta de qualidade, mas não justifica, eu sei. Mas caso possa interessar, lhe digo que são de coração.
E no atropelo que me causa D. Inspiração, ainda me pego às voltas com a nova ortografia, que o Sr. Word faz questão de me lembrar a cada ‘idéia’ que digito, a cada trema que ‘freqüentemente’ insisto em colocar. Desculpem-me o saudosismo, mas sou das antigas, e a grafia antiga me é muito mais estética. Se errado está, confesso que erro com gosto. Gosto duplo, na verdade, já que tudo aquilo que é errado, torto ou proibido é sabidamente mais prazeroso.
D. Inspiração, por favor, não me faça da sua ausência uma tortura nem de sua presença uma prisão. Não vivo de letras, infelizmente. Poesias não pagam contas, e textos que a ninguém interessam não rendem juros. Preciso do meu tempo pra cuidar das chatas e necessárias tarefas mundanas.
Bom, agora deixe-me ir que preciso estender a roupa e providenciar o jantar. Mundo Real, prepare-se, porque aí vou eu.




domingo, 22 de janeiro de 2012

Constatações

Confesse, você já perdeu muito tempo enganado; um pouco pelos outros e muito por si mesmo.
Perde-se tempo agarrando-se àquele sonho que não traduz a realidade...
Enquanto cego segue até feliz dentro da sua mentira, aquela vida inventada.
Então um dia, acende-se A luz... E você enxerga sua realidade com tudo de pesadelo que há nela.
Obviamente constata que não lhe serve mais, e revira tudo, tira tudo do lugar, tentando em meio ao caos encontrar a si mesmo.
Se procurar bastante, acaba encontrando...
Daí parte para um novo começo, mas sempre calculando quanto de seu tempo foi gasto em vão. Investido em ações podres que te deixaram sem retorno, a semeadura que se transformou em colheita infrutífera; a vida não é justa e você precisa lidar com isso.
Depois de tecer inúmeras teorias sobre o assunto, você entende que esse tempo todo não foi só derrota, engodo ou farsa.
Foi um grande aprendizado sobre quem você é e de tudo que é capaz.
Capaz de fazer e não fazer, capaz de suportar, capaz de acomodar, movido pelas mais diversas forças que estejam atuando no momento, cada uma de sua vez ou todas juntas em turbilhão.
Você enxerga a si mesmo, mas agora não mais teme aquilo que vê.
Você se vê do alto da experiência de quem já esteve no inferno e sobreviveu, então, que de pior pode acontecer à frente? Nada! Um assomo de coragem lhe estampa no rosto o que lhe vai na alma.
E, sem medo, consegue escrever uma vida nova, e vivê-la de forma diferente... Se boa ou ruim, isso vai aparecendo pelo caminho, mas o substancial mesmo é que é diferente.
E isso já faz valer à pena aquela sua história toda...



sábado, 21 de janeiro de 2012

Pra seu Ninguém

Escrevo para o Sr. Ninguém
Hoje, Ninguém liga para a poesia...
Versos e rimas, dores e dissabores
Ninguém entende, Ninguém aprecia

Eu e Ninguém, teimosos que somos
Eu firme, escrevendo
Ninguém, dando atenção
Assim, seguimos juntos

Ninguém é minha grande companhia
Leitor fiel, crítico, participante
Ninguém partilha da minha loucura
Ninguém me acompanha em minha caminhada errante

De leve

No desenho que faço
Cerceando o espaço
Aos limites do meu traço
Com beleza enlaço
Da leveza, o aço