O que escrevo é apenas o que escrevo. Só.
Mas o que escrevo nem sempre é tudo o que eu quero dizer, ou, somente o que quero dizer.
Porque seja lá o que eu queira dizer, isso se transforma de acordo com seu entendimento.
E com relação ao seu entendimento, sinceramente me frustra não poder controlá-lo ou orientá-lo...
Da mesma forma, os sons me saem da boca e chegam de outra maneira aos seus ouvidos... Uma eterna incompreendida? É, talvez sim, talvez essa seja eu.
Por mais que eu me esforce em delimitar o significado da mensagem, não posso evitar que o que você entenda seja o produto do que suas referências enxergam no que escrevo. E você interpreta o que eu mal consigo explicar... E quer explicar como se soubesse melhor do que eu... E você não pode fazer isso, porque essas palavras não são o que eu sou, mas fazem parte do meu todo. Esse todo já é tão bagunçado, não me venha bagunçar a mim, você também.
O texto ainda é sofrível, não por falta de esforço... A poesia é relapsa e sentimentalóide, a sonoridade quando existe, é acidental... A prosa às vezes não sabe à que veio... Aos incautos que por aqui passam, talvez não deva transparecer um propósito. Mas ele existe, juro! Está aí, em algum lugar...
O tempo é o meu e o espaço é ao léu.
À mercê do seu juízo mudo, continuo escrevendo.
Sei que você lê e me julga. Se isso é bom ou ruim, espero um dia poder descobrir...
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