sexta-feira, 29 de junho de 2012

Impermanência


... e essa aflição é de uma urgência que me corrói
Ao passo que me acalento e calma construo
Ressurge o desejo por você e me destrói
Em lágrimas vãs insistentemente me diluo
(E como são profundas as dores que me doem)

A chuva escorre, indiferentemente, pela vidraça
E é como se estivesse a chorar junto comigo
Lamentando essa história dolorida e sem graça
Que ardilosamente me persegue feito castigo
Tento, mas não consigo, encontrar o que desfaça
De minha pobre alma o seu malogrado abrigo

De comiserar a qualquer um que tenha coração
Minhas penas inspiram a mais profunda compaixão
Dou as costas à chuva insistente que lá fora cai
Enxugo o rosto, respiro fundo, sem mais um ‘ai’.

Tic tac

Ao som do relógio passam-se minutos a esmo...
Aqui permaneço, inerte, entregue a mim mesmo.



Nenhum comentário:

Postar um comentário