segunda-feira, 17 de outubro de 2011

De quando em vez


Às vezes volto atrás em meus escritos
Reviro minhas memórias de modo aflito
Incluo, excluo, recorto, floreio, edito
Vou e volto ao mesmo tempo em que fico
Tentando não deixar o dito pelo não dito
E tanto mais altero quanto mais reflito
Digo isso tudo e sei que até complico
Talvez até agrave as partes que mais explico

Ainda assim, quem se identifique em letras como as minhas
Talvez encontre a própria história ali nas entrelinhas...

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Do seu lado

As coisas nunca são como gostaríamos que fosse. Fato.
São piores ou melhores, mas nunca na medida exata do nosso desejo. Encomendar nossas caras expectativas ao Acaso é nisso que dá...
Não se deixe abater pelo escárnio alheio.
Incompreensão é algo que quase sempre acontece, principalmente se você se propõe a agir de modo minimamente diferente.
Eles se dizem seus amigos, mas não sabem quem você é.
Não entendem que a dor que infligem a ti é quase insuportável.
Não se atentam que mesmo involuntariamente, o machucam.
Deixe-os ir. Esqueça-os.
Ainda assim, tenha compaixão por eles; são incapazes de entender o outro, o que os impossibilita de entenderem a si mesmos.
Ao passo que eu, bem, estou sempre ao seu lado. E quando eu não estiver, me procure em suas lembranças...
Assim passo a estar contigo, mesmo quando não estou.


Quietude

Não é a escassez de palavras que silencia minha voz...
É a certeza antecipada da incompreensão das mesmas que mantém meu silêncio.
Decerto tais palavras não encontrarão eco, visto que nunca encontraram até aqui.
Irão de encontro ao surdo muro da indiferença, reverberando novamente até mim.
Sigo obstinadamente em frente, de qualquer forma.

E não falo nada. Nunca.