domingo, 6 de maio de 2012

Ela


Ela esconde de si mesma
Suas verdades
E, à sua maneira,
Mantém seguro seu mundo

Não se confessa os próprios desejos,
Anseios ou medos
Pois sua crença neles
Os tornaria reais
E em sua vida não cabem
Tais elementos fugazes...

Ela usa uma máscara
Que a veste até durante o sono
Tal o receio de ser descoberta
Em si, em sua identidade...

Desconhecendo-se
Esquiva-se da inconveniente
Transparência que lhe é peculiar
E que revelaria a todos
Sua natureza delicada
Tantas vezes tomada por fragilidade

Ela se esconde dentro de si mesma
Para sustentar a pesada armadura
Que a protege das armadilhas
Escondidas na banalidade habitual e diária
Das quais ela precisa se esquivar
Porque ser forte é a única alternativa válida
E a derrota nunca será uma opção aceitável

Assim, ela segue, só, ao longo de sua jornada...
Escrevendo sua história entremeada de acasos,
Reformulando os planos, firmando o passo 
E admirando a paisagem ao longo do horizonte.