sábado, 26 de janeiro de 2013

(Des) Conectados


Que saudades de falar contigo, meu amigo
Contar-lhe ao vivo, ao ouvido, tudo que vivo
Cansada dessa conexão constante e vazia
Nossa troca on-line de eu-notícias

Tão corrida, sintética, urgente,
Vital, alentadora e necessária...

Muito melhor que nada, mas, ainda assim,
Reiterando a impossibilidade do aperto de mão...
Do abraço apertado, do cafuné no seu colo,
Da minha cabeça aconchegada ao seu ombro,
Da sensação quase física de ser compreendida
Ou de, mesmo incompreendida, estar protegida...

De poder dividir conquistas, derrotas e filosofias vãs
De rir, encabulada, até corar, do rosto, as maçãs
E nada precisar explicar, pois que não necessita,
Posto que conheces toda a incoerência que em minha cabeça habita...


domingo, 20 de janeiro de 2013

Brevidade

"Que não seja imortal, posto que é chama..."
Vinícius de Moraes


Como o arco-íris que surge fagueiro
E se desfaz ainda mais ligeiro
Fomos, lentamente, nos esvaindo
Sumindo da existência um do outro
Aos poucos, sutil e delicadamente, apagados

Éramos dois: pretérito imperfeito de fogo que arde
E se apaga... Mais cedo ou mais tarde...





sábado, 12 de janeiro de 2013

Desencontro Cósmico



Em sua ausência fez-se noite ao meu redor
Somente a escuridão a me fazer companhia
Hoje meu desalento só não é maior
Pois disseste (lembro-me) que ainda voltaria...

Se é impossível sua presença solar
Quente, afogueada e constante
Dê-me ao menos suas aparições estelares
Tão fugazes... Mas, te digo, já é o bastante

Quando partires qual cometa
Em sua trajetória alucinante
Estarei em meu quarto, eclipsada
Envolta em nossa matéria brilhante


terça-feira, 8 de janeiro de 2013

Pode?


...e era tanto, tanto, tanto...
que um dia, simplesmente, cansou de ser
evaporou-se de si mesmo
sumiu, de rompante, como veio

sem motivo e nem pra quê...