No cotidiano automático e corriqueiro
Num correr de olhos acho que te vi
É só um relance, um engano passageiro
Apenas um sósia anônimo a passar por mim
Quase tropeço, mas consigo não cair
A situação inusitada até me faz sorrir
Corro no encalço do ônibus que vai sair
Consigo embarcar antes que possa partir
Na condução, sigo com o livro aberto
Rubem Alves tenta prender minha atenção
Mas o coração está aos pulos, irrequieto
Ainda enxerga a passageira ilusão
Chegou meu ponto, rapidamente desço
Acabou o intervalo cerebral continuado
Em frente sigo, mas não me esqueço
Sua lembrança permanece ao meu lado
Me assombra...
Mas é uma sombra boa
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