sábado, 23 de abril de 2011

Reflexão


Dias se vão que não me vejo
o espelho não reflete meu retrato
surge dali um espectro
que me revela um ser abstrato

Por momentos, permaneço sem rosto
isso me poupa a dor e o peso
de ver as marcas nele impressas
por indiferença ou desprezo
desse Tempo que insiste em passar
por e através de mim
conquanto eu menos me aperceba dele...

Aos poucos o cinzel do tempo
esculpe em mim um outro eu
lentamente, dia-a-dia,
E esse novo rosto aos poucos
deixa de se parecer comigo
e me mostra uma nova pessoa

Um novo velho rosto
Para um velho novo coração

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