quarta-feira, 5 de junho de 2019

Inferno



Essa manhã cinza e enfadonha dá preguiça
O aconchego da cama é tal que enfeitiça
A validade da vida parece postiça
E o mecanismo de “se levantar” quase enguiça

Reclamo da paisagem monótona e acinzentada
Mas me cubro de cinza e também fico nublada
Tal como o dia que tanto desprezo e renego
Me confundo com o entorno, a despeito do meu ego

Discretamente escondida em meio ao mau tempo
Olhos marcando chuva a qualquer momento
Ou garoa esparsa, mas com muito vento
Impossível existir nesse frio. Mas eu ainda tento.


     

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